quarta-feira, 1 de julho de 2009

Carta a Tristeza

Tristeza por favor, não se aproxime.
É isso mesmo que você leu, pensa que eu não vejo você já sinalizando no meu horizonte azul, escurecendo tudo como sempre faz? Dessa vez eu quero distancia!
Aquela última visita mais demorada me custou muita vida, ou você acha que eu tenho dias sobrando pra desperdiçar em lágrimas e lamentações? Nem pensar que eu passo por aquilo de novo...
E daí que eu fui péssima no vestibular? Que eu sou um desastre com o sexo oposto? Ou que eu ando meio estagnada na vida? Nada disso vai ser motivo pra eu permitir a sua presença desagradável.
Enquanto a sua companhia for uma escolha pra mim, eu continuarei te repelindo com a todas as minhas forças, e no dia em que for inevitável o nosso encontro que ele seja rápido e indolor.
Não leve a mal, não quero te ofender, se não fosse esse seu pretinho básico, essa negatividade contagiante e todos esses sentimentos ruins que você trás consigo... bom, acho que daí não seria você ?!
Então é isso, se estava vindo ao meu encontro pode dar meia volta, vá procurar outro a quem atormentar, do meu lado é que não te quero!
Lara.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Carta Conto

"É sempre amor mesmo que mude..."

Laura está em casa, deitada no sofá, parece estar assistindo TV mais seus pensamentos estão longe. Está pensando em Heitor...
Ela mudara muito desde que deixaram de se falar, não era mais aquela menina insegura e covarde, muitas coisas aconteceram desde então...
“Heitor nem acreditaria”, ela sorri ao imaginá-lo sabendo do que ela é capaz na cama, das loucuras que ela já fez e das fantasias que já realizou... Ela agora é uma publicitária bem sucedida, ganha bem, mora sozinha e vai às melhores baladas, não tem mais preconceito com o sexo casual, e vive a vida como a “porra louca” que sempre desejou ser.
Heitor... Por onde andaria? Ela prefere pensar que ele saiu daquela cidadezinha e já não é aquele garoto prepotente que achava que sabia tudo da vida, imagina que ele se deu bem e é um cara bem sucedido, mais que ainda conserva aqueles gostos e aquele jeito de pensar que fizeram ela se apaixonar...
Mesmo com tanto tempo ela ainda pensa nele, sempre imagina que ele vai ligar de uma hora pra outra pedindo desculpa pelos anos de atraso, dizendo que, como ela, nunca se esqueceu e que sente saudade...
Laura desliga a TV e vai dormir,
Ela ainda o ama.

Heitor está em casa, em frente ao computador. Ele pensa em Laura enquanto revê suas fotos antigas...
Ele ainda é o mesmo.
Na mesma cidade, com os mesmos amigos e os mesmos gostos...
A diferença é que agora tem seu emprego e sua independência, finalmente não deve mais satisfações a ninguém.
Sente que sua vida é um tremendo fracasso e se abriga nas lembranças do passado pra não ter que enfrentar o presente.
Apesar de ter passado por vários relacionamentos, nenhum teve sucesso, hoje quando não está com os amigos, sempre descola alguma garota em alguma festa, sabe que precisa se arranjar logo, pois, diferente de antes, teme ficar sozinho...
Todos esses anos pensou em Laura, tem medo que ela tenha mudado e que não pense mais nele...
O tempo levou aquela sua alto-confiança...
Apesar da vontade, ele não liga pra ela, alega ser tarde demais pra tentar algo e deixa a vida como está, “é melhor assim...” ele pensa.
Heitor desliga o computador e vai fumar na varanda,
Ele ainda a ama.



Ps. Esse texto foi inspirado na música "Mesmo que mude" do Bidê ou Balde, escrevi faz um tempo já, mais deu uma vontade de postar... bom, tá aí, espero que gostem!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Carta Desabafo

Nesses últimos dois anos, eu venho dedicando o meu tempo, meu dinheiro, meus esforços, a minha paciência e a das pessoas ao meu redor por conta de um objetivo, objetivo este que tem importância fundamental na minha vida, e pelo qual, milhares de pessoas como eu também correm atrás: uma vaga no ensino superior público. Fato é que para alcançar o meu objetivo eu devo passar por uma prova para a qual eu não fui preparada.
Sabe o que mais me deixa com raiva? Quando eu vejo uma matéria no cursinho (sim eu faço cursinho, e acho que seria impossível passar na faculdade que eu quero sem fazê-lo) e tenho absoluta certeza que eu nunca estudei isso antes, eu estou enganada ou o vestibular é uma prova que avalia os conhecimentos adquiridos na escola? Pois é, só se esqueceram de conferir se o conteúdo que eles cobram foi mesmo ensinado, eu posso garantir que nas escolas públicas que eu estudei eu não vi e certamente muito vestibulando por aí também não... Agora me diz como eu vou conseguir recuperar todos esses anos de péssimo ensino em seis meses de cursinho?
Mas o meu querido governo, ao invés de investir em um ensino fundamental e médio de qualidade, aplica a maior parte do dinheiro destinado à educação no ensino superior, justamente onde a maioria dos estudantes provém de escolas particulares, que ironia não? Aliás, esse país é cheio de ironias, como aquela em que se destina parte das vagas a alunos que realizaram o ensino médio em escolas públicas, ou seja, um remédio para a doença que ele (o governo) mesmo provocou.
Estavam tão óbvias todas essas deficiências do vestibular que finalmente alguém se tocou e resolveu agir, a proposta de substituí-lo pelo o Enem foi uma ótima idéia, que deixará a competição um pouco mais justa, mais que não é a solução, já que a nota das escolas públicas no Enem ficou bem abaixo das escolas particulares.
Como dá pra ver, esse problema vem lá de baixo, do ensino básico, sem melhorar as bases não adianta mexer no topo que só vai remediar o grande problema que é a educação no Brasil.
Quanto a mim, no meio do ano estou lá de novo, espero que pela última vez!

terça-feira, 21 de abril de 2009

Carta ao Otimismo

Olá!
Hoje eu estou sentindo você aqui comigo sabia? É, fazia tempo que eu não me sentia assim, tão confiante no futuro, com essa certeza de que tudo vai dar certo...
Já ouvi dizer que você faz bem, que só atrai coisas boas, e eu acredito sabe, alguém já viu luz atrair trevas? Não né. Mas não é fácil bancar a Polyana, fazendo o jogo do contente o tempo todo, tem horas que não dá, e eu tenho mesmo que dar um alôzinho pro seu amigo Pessimismo.
Falando nele, esses tempos descobri que ele anda atacando algumas pessoas ao meu redor, e elas, por estarem tão cheias dele, resolvem passar um pouquinho pra mim (boazinhas não?), direta ou indiretamente elas tentam me contaminar com seus baixos-astrais, ás vezes até conseguem.
Por essas e outras acabei decidindo não sair mais por aí contando os meus sonhos pra todo mundo, como eu costumava fazer por estar tão feliz e empolgada a realizá-los, eu descobri que algumas pessoas se incomodam com os sonhos alheios, pelo simples fato de não conseguirem sonhar, e então elas jogam todas as energias negativas que possuem em cima dos nossos, tentando enterrá-los.
Por isso peço que não me abandone querido Otimismo, com você ao meu lado eu sou mais forte, mais feliz...
Beijos, Lara.

sábado, 18 de abril de 2009

Carta aos meus 18 anos

Enfim chegou o dia! Sempre me perguntava como seria esse nosso encontro, na minha cabeça seria o dia em que eu conquistaria a minha tão sonhada liberdade.
Liberdade... O que significa mesmo? Se me perguntarem agora, confesso que não vou saber responder, recorri ao dicionário e ele não ajudou, achei então que a maioridade me responderia, tola que eu fui. Eu penso que a liberdade é tão livre que não se pode retê-la em uma definição, agente só sente, só é, sem explicações...
Os meus 18 anos chegaram tão rápido, sinto que nem comecei a viver ainda, mas muito já se passou, e isso me assusta, tenho medo de chegar aos 40 e sentir a mesma coisa, e passar a vida inteira assim, me preparando pra viver e nunca vivendo de verdade.
Por isso gosto de vê-lo como uma passagem, um divisor de águas, daqui por diante o jogo começa, cada passo, cada decisão, estará construindo o meu futuro, não pense que eu me incomodo com isso, eu me sinto mais forte para lutar pelo que eu quero, pelo que eu acredito!
Beijos, Lara.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Carta a Quem me Esqueceu

Pois é, você me esqueceu, eu me pergunto quando foi que isso aconteceu, num dia você acordou e eu já não estava mais lá, entre as pessoas inesquecíveis da sua vida. Agora com certeza, enquanto lê esta carta, você força a memória para lembrar-se do meu rosto, mas ele se perdeu em meio a tantos outros.
Engraçado, porque eu me lembro de você, e não precisa de nada específico para isso, simplesmente às vezes me pego lembrando...
Por que pra você foi tão fácil esquecer, enquanto pra mim isso parece ser impossível? Isso não parece justo, parece?
Mas eu não te culpo, ninguém manda nas suas lembranças, cada um tem o lugar que merece ocupar, infelizmente o meu era temporário, durou enquanto houve o sentimento, já pra mim durou tempo bastante pra se tornar inesquecível.
Restou-me ser jogada no seu inconsciente, onde devo estar até agora e é onde você me procura enquanto lê minhas palavras. Quer um conselho? Não faça tanto esforço, afinal, essa sua recuperação de memória não duraria muito tempo e logo eu seria esquecida novamente.
É melhor deixar as coisas como estão: eu, arquivo morto no seu inconsciente, você, memória viva na minha alma.
Lara.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Carta a minha Consciência

Pois é, aqui estou eu de novo te consultando, é que hoje eu acordei te sentindo pesada, com certeza devido aos acontecimentos de ontem, se eu pudesse voltar atrás...
Mas você já ta cansada de ouvir isso não é mesmo? É sempre assim, eu ajo sem pensar e depois venho aqui me lamentar pra você, tentando arranjar alguma desculpa pra ter agido dessa maneira, mais nada justifica, nem a bebida demais, nem o juízo de menos, eu errei, e não sei como me livrar dessa dor insuportável que é a dor do arrependimento.
Me ajuda, porque eu não estou aprendendo, achei que fosse capaz de não errar duas vezes a mesma coisa, mais é isso que eu faço o tempo todo, cometendo sempre os mesmos erros e sofrendo sempre do mesmo jeito, é como se todos os caminhos levassem sempre ao mesmo fim...
Á Consciência, as vezes seria bom não tê-la, fazer as minhas burradas sem culpa, sem medo de julgamento, mas não, você sempre aparece no final, depois que tudo está feito, pronta para apontar o dedo na minha cara e me acusar.
A única coisa que me consola são ao dias, que vêm como uma nova chance para eu fazer certo dessa vez, e é nisso que eu me agarro, nessa folha em branco que eu recebo todas as manhãs, e ainda que ela tenha alguns amassados do dia anterior, ela está em branco, pronta pra ser colorida da maneira que eu quiser.
Então, querida Consciência, eu te prometo tentar, é a única coisa que eu posso lhe prometer...
Beijos, Lara.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Carta a um Estranho Íntimo

Há tempos que não recebo notícias suas, se levarmos em conta a amizade que costumávamos ter, isso é bem triste. Agente foi se afastando, se afastando, quase a ponto de virar dois estranhos, talvez estejamos a alguns passos disso agora.
Não dá pra negar a saudade que eu sinto de quando éramos amigos e confidentes, isso fica até bem explícito nos raros momentos em que conseguimos olhar um para o outro sem desviarmos o olhar, você percebe? Percebe saltar dos meus olhos a saudade do que vivemos e do que poderíamos ter vivido? Pois ela está lá.
Mas não dá pra voltar no tempo, fizemos nossas escolhas e ainda que eu me arrependa de algumas, estão feitas. Só lamento ter perdido um amigo e um amor ao mesmo tempo, e que mesmo depois de tanto tempo eu ainda sinta que ficaram coisas sem resolver.
Resolvi lhe escrever, para você saber que ainda penso em ti e pra te fazer pensar um pouco em mim também, você foi uma peça muito importante na minha história, um amigo e um amor pra vida toda, ainda que pareçamos estranhos um para o outro, distancia alguma pode apagar os momentos que agente viveu.
Essa não é uma despedida, talvez um até logo, sinto que a nossa história inda não acabou...
Agente se encontra por aí!
Com amor, Lara.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Um bilhete


sábado, 7 de março de 2009

Carta ao Passado

Olá, como vai?
Aposto que está como eu o deixei não é? Você nunca mudou mesmo, por mais que as vezes eu desejasse que o fizesse.
Mas não vamos remoer o passado (desculpe mas não resisti ao trocadilho), você não é apenas decepção e arrependimentos em minha vida, você é meu orgulho também, em você estão guardados momentos que eu vou lembrar pra sempre com muita saudade, e sei que terão ainda muitas coisas em você para que eu possa me arrepender e me orgulhar, essa é uma das poucas certezas que tenho na vida.
Sei que essa carta deve ter lhe surpreendido, afinal, você não é algo que as pessoas façam questão de se lembrar, ao menos parte de você, mas a mim você tem sido de grande ajuda, eu ando me inspirando em você para viver meu presente, tentando evitar os mesmos erros e repetir a fórmula dos acertos, confesso que ainda cometo os mesmos erros, e algumas fórmulas acho que acabei perdendo ao longo do tempo.
O que me anima é que ainda tenho um longo futuro (lembra-se que você já foi chamado assim?), para errar e acertar, isso é o que me motiva a continuar tentando. Muito obrigado por estar sempre por perto e me servir de refúgio quando as coisas não vão bem, é bom saber que posso contar contigo.
Espero que essa saudade dolorida que eu sinto diminua, tornando-se apenas uma agradável lembrança, que eu possa me desprender de você e seguir a minha vida.
Sem ressentimentos,
Lara.